26 de ago. de 2008

Seres que me habitam



Escrever aqui é imprimir as idéias, acentuar os sentimentos e descrever a paisagem. Sem Si nem Lá pra ajudar eu fico aqui tentando ser sensível, fragilizada pela dor que nem sequer sinto começo a escrever loucuras de um outro ser que me habita. Talvez seja mediúnico ficar por aqui escrevendo sobre assuntos que nem sei, e se soubesse não escreveria.
Não sei nem mesmo sobre o que estou falando, dias depois percebo que o texto tá no masculino, porque não fui eu que escrevi. Espíritos me rondam e possuem meu corpo no segundo em que pisco meus olhos, e quando consigo me libertar leio a mensagem que foi deixada, nunca entendo, mas parecem vir de mim. Sempre trazem alguma lembrança minha ou uma dica dos meus próximos episódios.
E vou fazendo de cada parágrafo capítulos de um livro de contos e crônicas que não têm começo nem sentido de ser livro, estão todos textos ali reunidos sem ter pra isso o menor sentido. Não são como discos que têm total ligação de uma música com a outra. Assim meus textos, não têm sentido de um com outro nem dele com ele mesmo, introdução e conclusão demarcam o início e fim de uma viagem bruta dentro de um ser que nem sei se sou.
Quando chego no rodapé do texto minha lucidez vai voltando aos poucos e não consigo dar um fim, deixei tudo no primeiro parágrafo, e se lucidez fosse qualidade eu seria uma pessoa sem nada. Nunca fui lúcida, também nunca fui completamente insana. Vivo na mesma condição que um ser que levanta de ressaca e não sabe como voltou pra casa no dia anterior. Modestamente sei onde estou, mas talvez nunca entenda por que vim chegar aqui, e se quer saber não sei nem mesmo como sairei desta prisão.

2 comentários:

Alejandro Olivera disse...

Lindo Blog.
Salu!!

Alejandro
MVD, URUGUAY

Anônimo disse...

Lilian...
Vc tem que ser reconhecida como filósofa no futuro,
Não sei se vc acredita, mas sou sua fã, viu??