22 de ago. de 2008

Filosofia de solidão



As lembranças vêm me arrastando pela vida, me puxam sem dó e me jogam num canto qualquer, frio e escuro. E de lágrimas escorrendo em meu rosto acabo por virar fonte de um rio e saio pela rua cambaleando a enxergar embaçado, são lágrimas.
Deito na minha cama e lembro, repenso tudo que já tinha decidido. Não adianta a lembrança é eterna, já faz mais de um ano eu sei. Que eu tinha me recuperado nunca tive certeza, às vezes fingia pra mim mesma que estava bem, mas é que tocar naquele assunto me dava, e ainda dá, a vontade de prolongá-lo para o resto da noite.
É bem doloroso pensar que desta vez não tem volta, estava acostumada a brincar de quero e não-quero-mais, estava acostumada a brigar e pedir desculpas. E desculpar quando a briga vinha do lado oposto. O mais cõmico nisso tudo, é que eu não tô falando de uma pessoa.
É de um sentimento abstrato, uma doença psiquiátrica que venci sozinha. Hoje, andando pela casa percebi que não é só isso que me inflama, é a falta de algumas pessoas também. Por mais que meu ódio tenha se tornado imenso, que eu não suporte olhar pra cara deste bando de gente falsa, eu não consigo me recompor.
Mas o problema maior, o maior mesmo é a perca da minha vida. A primeira e inigualável até então. Tirando meus pais e minha irmã, apenas por uma pessoa eu sofreria tanto, se perdesse da forma que perdi um tal alguém que resolveu partir. Não foi um amor mal acabado, nem bem acabado. Na verdade não foi amor, talvez. Essas coisas me confundem, o fato é que ele moreu. Já foi eu sei.
Faz mais de um ano que perdi um amigo pro outro lado da vida, que já nem é mais vida. Mais de um ano que perdi uma porção de amigos e amigas pra pequenas distâncias e intrigas quaisquer. Um ano que perdi a vontade de suicídio, mas hoje ela veio com tudo ... causada por um certo não-sei-o-quê que me faz ficar escrevendo melancolias.
É um caos passar por isto tudo,alguém que tem se passado por tão feliz, remove as esperanças e alegrias ao perder pro vento, lastimável.
Não me levanto mais pra procurar com quem conversar, tento ser clara com quem senta do meu lado e pergunta o que eu tô fazendo, respondo que nada e fico por ali falando coisas que ninguém vai entender. Hoje, me arrependi de dois atos em frente a mesma pessoa, um deles por sofrer rápidas conseqüências, o outro por ter entrado no meio de uma coisa que eu não queria entrar e ainda por cima ter contado o lado da história que até então, só eu sabia.
Tenho assustado com minha capacidade de não falar nada com nada, queria conquistar uma certa amizade que a cada dia torno mais impossível, culpa de uma certa crise existencial da minha parte. Não quero explicar melhor, mas o fato é que eu não tenho falado muita coisa com coisa, isso me atrapalha...

Música do dia: Cazuza - Um Trem Pras Estrelas

1 comentários:

Anônimo disse...

Se eu não te conhecesse bem, diria que vc é EMO...

Mas falando do conteúdo, não tenho palavras pra fazer este comentário...