4 de set. de 2008

O poeta está morto

O poeta morreu
Mas ainda está vivo
Cheio de dedos
Suas digitais
Marcadas no teclado

Está vivo
Na estante
Sua coleção de nãos
Todas fotografadas
Em lágrimas agonizantes

O poeta não morreu
Se é poeta
São poemas
E eles estão todos aqui
Espalhados pelo chão
Mesmo que cobertos de sangue

Tudo aqui
Lápis apontados
O copo
Meio vazio
Meio derramado

O poeta não vai acordar
E nunca mais vai dormir
Não dorme
Não vive
Não morre

Se fez imortal
Com seus poemas
De reflexos mortais
E o brilho de sua espada
Vem das lágrimas
Assim como todo os poetas
De triste se fez extinto

Quem é que escreve
De louco
Sobre o poeta morto
E quase prevê
Sua morte súbita

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