19 de jun. de 2008

Carta Inflamável

Escrevera sua carta de suicídio
Carta Inflamável
E o circo pegou fogo
O palhaço parecia a mula-sem-cabeça
Por cima do paletó saia fogo
Fumaça!
Tem horas que a vida embaça.
Mas quem é que contraria
O poeta já dizia
Todo mundo morre
E sempre é cedo o dia

Carta Inflamável
De um poeta num trem sem vagão
A vida vem e vai sem razão
Se todo homem sentisse
O dia que fosse morrer
Deixaríamos cartas-louco-suicídas
Despedindo de cada despedida

Carta Inflamavél
E cada homem sábio
Morre louco enquanto descobre o que é a vida
Carta Infamavél
Um dia você recebe a sua
Pelo correio ou numa mesa de baralho

Lílian Alcântara

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